[UXZero]Heurística de Flexibilidade e eficiência

Jefferson Alex Silva
4 min readFeb 21, 2023

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Todos gostam de atalhos, vamos projetá-los, então, para tornar o produto/serviço mais adequado ao uso.

Desde o surgimento das interfaces gráficas para dispositivos eletrônicos, os projetistas têm implantado algumas “facilidades” para seu uso em forma de atalho. Vide o famoso CTRL+Z — quem não gostaria de ter um control Z em alguns momentos na vida 🤣?

Ícone de “desfazer” uma ação no menu do Microsoft Word

A heurística de flexibilidade remete ao modelo mental comum do ser humano de adaptação, buscando formas mais familiares de utilização ou de consumo.

Calçada pavimentada vs caminho do usuário feio pelo jardim

Não é somente no meio digital que os atalhos ou a busca por flexibilidade está presente. Até porque o mundo real possui, muitas vezes, várias formas de fazer a mesma coisa — existem 1001 maneiras de preparar Neston kkkk

Esta busca por mapear formas mais familiares, flexíveis e diferentes de usar um produto ou serviço faz vínculo com o que conhecemos e é a essência da Ergonomia. Uma coisa ergonômica é algo que facilita ou se adapta ao trabalho do ser. Em outras palavras, é a adaptação do troço à pessoa, não o contrário.

A eficiência está justamente em conseguir realizar uma tarefa, seja no meio físico ou digital. Então, se para acessar um site ou recurso no sistema é possível configurar como atalho e favoritos, combinação de teclas de atalho ou via menu/sub-menus do sistema, o importante é que o usuário consiga realizar a tarefa.

Algumas pessoas possuem uma facilidade com atalhos, outras se sentem mais seguras em percorrer uma lista de menus. Já para outros, se o sisema simplesmente realizar a tarefa, não importa quem e nem onde se dá o comando. Vide agora o que já temos de facilidade em acessibilidade e interação com interfaces conversacionais.

Geladeira inteligente conectada ao app de compras online, montando a lista de compras

Os atalhos também podem ser acionados por IA, algoritmo de predição ou por agendamento. Hoje é bem comum você se deparar com um aviso no Uber já com a sua corrida pré-definida de volta para casa, caso você já tenha feito esse mesmo trajeto indo e voltando. Isso é um atalho e flexibilidade de uso, possibilitando você acionar uma corrida sem ter que passar pelos passos anteriores.

Chatbot do sistema como atalho para relatório de fluxo de caixa

As vezes o que o usuário quer é apenas um número ou saber se algo está bom ou ruim, de acordo com parâmetros pré-definidos. Isso é muito comum em sistemas ERP (sistemas de gestão empresarial), onde o modelo mental de desenvolvimento levava a pessoa operadora a ter que baixar relatórios para comparar Entradas vs Saídas e responder a pergunta “vai faltar dinheiro?”. E se o sistema simplesmente respondesse essa pergunta, já que essa tarefa de comparar os dados de fluxo de caixa é algo tão maçante, quanto repetitivo e simples? 😉

Por fim, mas não menos importante — com uma importância enorme, aliás — está a adaptação ou flexibilidade pensando em acessibilidade.

Adaptação de rampa para cadeirante em ônibus

Em uma viagem de ônibus podemos elencar algumas flexibilidades, sendo adaptações para os diferentes usos dos passageiros e tripulantes.

1 — A porta e escada de entrada que podem ser rebaixados a ponto de facilitar tanto o uso por idosos quanto para cadeirantes.

2 — O botão de acionamento de parada em alturas diferentes que facilita para quem não pode ou não quer puxar a cordinha. Aliás, aqui temos alguns pontos importantes de ergonomia a serem pensados, veja essa matéria sobre problemas com o botão de pânico.

3 — Também pode-se contar a flexibilidade de pagamento que alguns possuem, podendo aceitar cartão recarregável, PIX (no caso do Brasil) e dinheiro (desincentivado em algumas cidades).

Bom… pensar em flexibilidade de uso é um trabalho de empatia, descobrindo os hábitos e modelos de uso para entregar o que mais faz sentido para a pessoa que usará o recurso que você está projetando.

Pensando em sistemas com interfaces amigáveis em suas UIs, até recursos de programação como terminais de comando — programadores adoram atalhos também kkkkkk — flexibilizar o uso dos recursos, adaptando ou possibilitando que o usuário realize a mesma operação de formas diferentes pode ser uma entrega de valor interessante.

Lembre-se sempre de que dar poderes/posibilidades aos usuários também tras responsabilidades de manter as features e garantir que o resultado seja o mesmo, deixando claro isso para o usuário. Caso contrário será visto como uma falha ou será descontinuado o uso pela incerteza do resultado.

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Jefferson Alex Silva
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Written by Jefferson Alex Silva

Product Designer data-driven, Lead and always student.

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